4 de outubro, sábado...

Filed under: by: F.Veronezi

E mais uma vez me vejo aqui... Sem muito do que me gabar... Apenas a mesmice de uma família desconfiada, decepcionada e as mesmas secas lágrimas que se derramam a cada dia ao ver o que simplesmente se perdeu no tempo...

Aquela velha culpa... Aquelas palavras que ela proferia... Mais pareciam pedras... E a cada vez mais eu me vejo preso a uma realidade solitária... Já não é mais tão difícil como no início... Consigo ver um par ao olhar no reflexo no espelho...
Aquela brisa que minha janela deixa escapar e que me bate no rosto já não é mais a mesma... Já não tem aquela vigor de antes... Aqueles sentimentos... Aquelas sensações... Já não são mais os mesmos... Talvez não tenham morrido... Mas se vêem envoltos em um plástico... Fino... Muito fino... E que a cada dia me privam mais de viver...

Talvez ao analisar a situação as coisas pareçam mais amenas... Ou não... Simplesmente um garoto de 15 anos depressivo, ouvindo R.E.M. sustentando situações adultas... Fingindo ser algo que não é... Aquela louca e incontrolável vontade que pulsa em meu peito... Parece tão... Tão... Tão fraca agora... Aquele sol... Agora está frio...
Essa cadeira é minha testemunha... Essas pobres noites... Testemunham a causa dessas lágrimas... Que talvez não sejam tão más... Sei que logo sentirei a falta delas... E isso me mata por dentro... E novamente volto a uma velha pergunta minha...
“Até quantas vezes alguém pode morrer?” Talvez o necessário pra existir um deserto dentro de si...

Apesar dessas lamúrias bobas... Não sei ao certo... Nem mesmo o motivo de estar aqui sentado escrevendo essas coisas... Pra alguém que eu nem sequer conheça...
A maior mentira pra mim agora é a que estou vivendo...

Essa doce e plástica vida enlatada... Misteriosa para alguns olhos... Esquálida e neutra para a maioria cega... Ou talvez dolorosa e cansativa para mim...

Terminar mais um dia aqui com algo novo na cabeça além de algumas frases idiotas e lamúrias é talvez a maior vitória que eu possa ter antes de dormir... Ninguém pode tomá-las

1 Pessoas que perderam o tempo comentando aqui:

On 24 de outubro de 2008 às 10:08 , Clara Campelo disse...

oq vc escreve é tetricamente belo, apesar de passar realidade!
bom notar isso em alguém que é belo também por fora. e é raro, saca?!
sorte aí, pra vc! parece-me alguém de valor. pelo menos por suas palavras.